O conhecimento fundamentado
Temos que compreender que na filosofia, a argumentação baseia-se em
causas, em provas, e efeitos. Daí surgiu um importante princípio chamado de
princípio da causalidade que diz que todo efeito é precedido, quer dizer que é
anterior, por uma causa.
Apesar de ser um assunto que é muito discutido na
filosofia contemporânea, este conceito de causalidade está
presente na Filosofia desde o nosso amigo, Aristóteles (384-322
a.C.). Na filosofia aristotélica, a palavra “causa” também é usada
com o significado de “explicação” ou “resposta a uma pergunta”.
Como você já sabe, normalmente, as perguntas começam com um “por que”, portanto, são aquelas que demandam necessariamente uma
explicação, uma resposta. Porém, há de se tomar cuidado, pois ao se buscar uma
explicação ou causa pode-se ficar num ciclo de debates inúteis.
Para entender melhor como o princípio da causalidade funciona vamos dar
um exemplo para que fique mais claro! Esse princípio filosófico pode ser aplicado em várias situações práticas da nossa vida. Observe a seguinte imagem:
Estamos diante de uma figura de um bonito dia e sol e podemos nos
perguntar: o que causa esse dia tão belo e tão diferente da escuridão da noite? Na
verdade, o que estamos querendo saber é a “causa”, a razão de ser de tal
fenômeno. E podemos responder com base na experiência e na capacidade que
temos de formular conceitos que são os raios solares que iluminam e aquecem o
nosso planeta.
Temos que entender também que esse fenômeno do “dia ensolarado” só
existe porque também existe a penumbra da noite, ou seja, a causa existe quando
temos parâmetros de comparação e oposição, ou seja, dia e noite, certo e errado,
belo e feio, e por aí vai. São conceitos abstratos que nos ajudam a chegar à
conclusão das coisas verdadeiras. Assim, podemos dizer que uma boa
argumentação é aquela que encontra as razões, as causas. Mas será que um
conhecimento pode ser válido simplesmente porque foi dito ou transmitido por uma
pessoa que naquele momento seja ocupante de um determinado cargo ou função?
Será que o status de uma pessoa pode ser critério de uma boa argumentação?
Podemos aceitar uma resposta pelo nível de importância que uma pessoa tem?
Claro que não!
Vejamos o seguinte exemplo: “Aristóteles disse que a Terra é plana; logo, a
Terra é plana”. Já sabemos, Aristóteles foi um dos mais importantes e grandes
pensadores gregos. Porém, uma boa argumentação não se submete à importância
da pessoa ou ao cargo que eventualmente ela possa ocupar. Portanto, pense no
seguinte: podemos realmente concluir que a Terra é plana simplesmente porque isso foi dito por Aristóteles?! Você aceitaria esse tipo de afirmação?
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