29 - Raciocínio Lógico A Lógica Aristotélica

29 - Raciocínio Lógico  A Lógica Aristotélica

Raciocínio Lógico


Chegamos finalmente a uma parte crucial da nossa Orientação de Estudos.
Vamos falar um pouco sobre lógica, raciocínio, falácias, silogismos e outros temas
pertinentes a nossa aula.
 

A Lógica Aristotélica

O termo “lógica” é de origem grega e em um sentido amplo, a lógica é o
estudo da estrutura e dos princípios relativos à argumentação válida, sobretudo da
inferência dedutiva e dos métodos de prova e demonstração. Muitos pensadores
gregos, os filósofos, se preocuparam em descobrir como funciona a maneira como o
ser humano conhece as coisas. Eles começaram a perceber que estamos o tempo
todo nos comunicando e tentando provar nossas concepções sobre as mais diversas
coisas. Dentre esses pensadores, novamente se destaca Aristóteles que refletiu e
escreveu bastante sobre esse assunto.

É preciso compreender que tanto os sofistas quanto Platão se ocuparam
com a questão da “lógica”, tentaram esse tema por ser algo extremamente comum
em nossas vidas, pois sempre que nos dispomos a um simples bate papo, seja de
forma pessoal ou virtual, usamos de argumentos para defender e expor os nossos
pontos de vista e opiniões. Não é mesmo? Entretanto, foi Aristóteles (séc. IV a.C.),
na obra Analíticos, quem produziu uma reflexão ampliada e rigorosa sobre a
questão da lógica, de modo que sua sistematização se tornou base inicial para as
discussões acerca da lógica nos períodos posteriores da história da Filosofia.
Nessa obra, “Analíticos”, Aristóteles fez uma análise do pensamento nas
suas partes integrantes. Em vida ele mesmo não conseguiu organizar suas obras.
Essa tarefa ficou a cargo de seus alunos. Os escritos que tratavam do raciocínio
foram reunidos num único volume que recebeu o título de Organon, literalmente
“instrumento”. O Organon é um conjunto de diferentes tratados (exposição
sistemática de um tema): Categorias, Tópicos, Dos Argumentos Sofísticos, Primeiros
Analíticos, Segundos Analíticos e Da Interpretação.
O próprio Aristóteles não utilizou a palavra lógica, ela apareceu mais tarde,
provavelmente no século III a.C. A partir de Aristóteles, são classificadas duas
subdivisões da lógica: a lógica formal e a lógica material.
 A lógica formal: estabelece a forma correta das operações do pensamento.
Se as regras forem aplicadas adequadamente, a construção do pensamento
ou a formulação da argumentação é considerada válida. Ela se ocupa com a
estrutura do pensamento.
 A lógica material: refere-se à aplicação das operações do pensamento
segundo a matéria ou natureza dos objetos, pretendendo conhecer ou
formular argumentação sobre eles. Investiga a adequação do raciocínio à
realidade. É também chamada metodologia, e como tal, procura o método
próprio de cada ciência.

Aristóteles formulou os primeiros princípios para a argumentação lógica.
Esses princípios se inter-relacionam, sendo que um está na base do outro. São eles:

o Princípio da Não Contradição, o Princípio de Identidade e o Princípio do Terceiro
Excluído. Vamos ver cada um deles?

a) Princípio da Não Contradição:
i. Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo;
ii. É impossível que as proposições A = B e A = não-B sejam ambas
verdadeiras ao mesmo tempo (Exemplo, um objeto não pode ser quadrado e
não quadrado ao mesmo tempo);
iii. Toda contradição é necessariamente falsa.

Dessa forma, uma proposição não pode, simultaneamente, ser verdadeira e
falsa. Isto é, se são duas afirmações contraditórias, uma é, necessariamente, falsa.

b) Princípio de Identidade:
i. Todo objeto é idêntico a si mesmo;
ii. Uma coisa é o que é (A é A; B é B);
iii. O que é, é; o que não é, não é (A não é B; B não é A);
iv. Se uma proposição é verdadeira, então ela é verdadeira.

Uma proposição é idêntica a si própria. Se uma afirmação é verdadeira, ela é
um axioma (premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira).

c) Princípio do Terceiro Excluído:
i. Uma proposição só pode ser verdadeira ou falsa, estando excluída uma
terceira possibilidade;
ii. Segundo o princípio de bivalência, toda sentença declarativa que expressa
uma proposição de uma teoria sob análise possui um único valor de
realidade: ou verdadeiro, ou falso.
Ou seja, uma coisa deve ser, ou então não ser; não há uma terceira
possibilidade (o terceiro é excluído).


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