Filosofia da Ciência
Você já se perguntou como a gente sabe das coisas? Como nós
produzimos um conhecimento? Pois é, a Filosofia da Ciência irá tentar dar conta
de desvendar nosso processo de conhecer.
Vamos lá entender isso! Mas primeiro, precisamos retomar, brevemente,
um lado um pouco histórico do surgimento da Ciência e da Filosofia e da Ciência.
3.1. A ideia de Ciência e a Revolução Científica
Tanto a Filosofia quando a Ciência surgiu em um mundo em
transformação, no qual alguns paradigmas foram postos em questão. Em outras
palavras, algumas ideias que vigoravam antigamente foram questionadas por
novas formas de pensar os fenômenos do mundo. Por essa capacidade de
questionamento, a Filosofia surge em um contexto no qual a liberdade e a racionalidade se impõem. O campo de conhecimento filosófico, nesse sentido, se
preocupa em entender como os diferentes saberes são construídos.
Como estudamos até o momento, o ato de conhecer as pessoas e os
objetos faz parte do sentimento de curiosidade nutrida pelos seres humanos, de
desvendar como as coisas são feitas e os significados dos objetos. Da mesma
forma, compreendemos que uma parcela dessa curiosidade vem dos
questionamentos que fazemos, das perguntas que levantamos. Para fazer esses
questionamentos e perguntas, precisamos estar em um contexto histórico no qual
preserva-se a liberdade.
No entanto, um dos pontos mais importantes para conhecermos as
coisas e produzirmos conhecimento está no método utilizado para o ato de
conhecer. Nós podemos fazer muitas perguntas quando não sabemos alguma
coisa, mas como nós podemos saber? Qual o método que podemos utilizar para
descobrir algo?
Ao longo dos séculos XVI até o século XVIII, aproximadamente, o mundo
passou por uma transformação em termos dos paradigmas e das ideias que
circulavam nas sociedades antigas. O marco de transformação foi a chamada
Revolução Científica a qual impôs uma visão de mundo calcada no conhecimento
científico, e marcou o início da Modernidade. Especificamente, essa revolução foi
responsável por uma intensa mudança na própria ideia de Ciência herdada da
tradição antiga, sobretudo, a aristotélica. Isso significava o que se convencionou
chamar de quebra de paradigmas, ou seja, as ideias que vigoram anteriormente,
passaram a ser postas em xeque, como a ideia de Ciência.
Na Grécia Antiga, a Ciência era considerada um tipo de conhecimento
voltado a descrições de fenômenos terrestres e para a identificação entre eles e os fenômenos que ocorriam na esfera celeste. Além disso, havia a preocupação
com os princípios metafísicos, tais como, a substância, a identidade, a unidade.
A mudança na concepção de Ciência provocada pela Revolução
Científica promove uma compreensão mais ampliada do Universo tendo em vista
o desenvolvimento de técnicas científicas. Conforme veremos a seguir, um dos
expoentes dessa transformação foi Galileu Galilei, que criou o telescópio para a
observação dos fenômenos.
Nesse sentido, a crise de autoridade advinda em decorrência da queda
dos modelos hierárquicos e religiosos, promoveu um entendimento do
conhecimento embasado na razão humana. O conhecimento científico não é algo
dado aos indivíduos, que a aceitam passivamente. O conhecimento é uma
construção metódica e empírica do ser humano. Isso significa que o ato de
conhecer passa a ter uma técnica e uma formulação teórica.
Essa racionalidade é o princípio fundamental para a produção de
conhecimento científico. Trata-se, nesse sentido, de uma verdadeira revolução
epistemológica, uma vez que a concepção de conhecimento científico passa por
grandes transformações tanto teóricas quanto metodológicas.
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